segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Gravidez e diabetes

Toda gravidez com diabetes, seja ele do tipo 1, tipo 2 ou gestacional, precisa ser bem acompanhada. São necessárias mais consultas ao obstetra, ao endocrinologista e ao nutricionista. Alguns aspectos dos tratamentos dos dois tipos de diabetes se assemelham, enquanto outros são diferentes. O Dr. Carlos Negrato, coordenador do Departamento de Diabetes Gestacional da SBD, explica as diferenças entre os dois tipos de gestação.

Diabetes Tipo 1 e Tipo 2
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Segundo o Dr. Carlos, uma paciente que tenha diabetes antes de engravidar é aconselhada a fazer um planejamento. "Ela só deverá engravidar quando apresentar um ótimo controle glicêmico, que é avaliado pelos níveis de hemoglobina glicosilada.Eles devem ser menores que 6,1%, ou até 1% acima do valor máximo recomendado pelo laboratório onde o teste for realizado", esclarece o médico.
Dr. Carlos explica que, caso a gestante faça uso de hipoglicemiantes orais, eles deverão ser substituídos por insulina. Para quem já faz uso do hormônio, as doses deverão ser reajustadas se seu tratamento não estiver dentro de parâmetros considerados ótimos. "Existem, atualmente, vários grandes estudos mostrando a segurança e eficácia do uso de hipoglicemiantes orais, tais como a metformina e a glibenclamida, na gravidez. Porém, seu uso não é um consenso entre todas as entidades representativas de diabetes com peso internacional", afirma.
A mulher com diabetes só não deve engravidar quando tiver complicações severas, que poderiam piorar durante uma gestação. "Caso contrário, ela pode engravidar, mas deve receber orientação pré-concepcional, para que a gravidez apresente um controle metabólico o mais próximo possível de níveis considerados ótimos. Isso evita que, durante a fase de organogênese (formação dos órgãos do embrião), que ocorre em torno da sétima semana de gestação, os níveis glicêmicos não ofereçam riscos de malformações fetais", orienta Dr. Carlos.

Diabetes Gestacional

De acordo com o médico, pode-se evitar a ocorrência de diabetes gestacional. "Isso pode acontecer, desde que os fatores de risco passíveis de serem mudados sejam controlados, tais como obesidade, sedentarismo, ganho excessivo de peso, controle adequado da hipertensão, etc.", recomenda o Dr. Negrato.
Os cuidados com o diabetes gestacional não terminam com o parto. "Seis semanas após o término da gravidez, deve-se fazer um novo teste de tolerância à glicose para se verificar se a paciente voltou ao seu estado normal de tolerância à glicose, se ficou intolerante à glicose ou, até mesmo, se está com diabetes", explica.
Quem teve diabetes gestacional pode engravidar de novo? O médico endocrinologista esclarece que não existe nenhuma contra-indicação a uma nova gravidez somente pelo fato de ter ocorrido diabetes gestacional. "No entanto, a paciente deverá ser advertida que seu risco de desenvolver novo quadro de diabetes gestacional é maior que o de uma paciente que nunca apresentou tal diagnóstico", aconselha o Dr. Negrato.

Recomendações Gerais
Todas as gestantes devem ter um controle mais rigoroso, não só da glicemia, mas também do ganho de peso, pressão arterial, etc. As consultas com o endocrinologista, o nutricionista e o obstetra devem ser feitas com maior freqüência do que no caso de uma grávida que não tem diabetes.
O Dr. Negrato explica que o diabetes não é, necessariamente, uma indicação para se realizar uma cesariana. "Neste caso, as indicações para as gestantes com diabetes, ou não, são as mesmas", diz o médico.
O acompanhamento com o endocrinologista deverá ser feito semanalmente ou, pelo menos, quinzenalmente, para os ajustes devidos das doses de insulina. "A paciente deverá, de preferência, ter o seguimento de uma equipe interdisciplinar formada, no mínimo, por endocrinologista, obstetra, nutricionista e enfermeira. Porém, o principal elemento desta equipe deve ser a própria paciente", ressalta o médico.

Fonte:site da sociedade brasileira de diabetes

Gabriella Mendes

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